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Missão dos discípulos, Jo 20, 19-23.

É surpresa de Jesus aparecer a seus discípulos. Eles não o esperavam. Jesus aparece inesperadamente, deseja-lhes a paz, confere-lhes o Espírito Santo e lhes dá a missão. É o itinerário da fé que alimenta a missão da Igreja. Jesus está no meio deles, é um ser real. É o Jesus que foi pregado na cruz, por isso mostra-lhes a mão e o lado, provas do martírio e da ressurreição. Existe uma diferença entre o modo de ser de Jesus: antes era um ser dependente como qualquer homem, agora não, ele entra com as portas fechadas e de repente. Como consequência, os discípulos vencem o medo e se alegram. Antes, medo dos judeus, medo da sinagoga, hostilizados pelo povo e todo o mundo. Com a ressurreição, os discípulos devem superar o medo, abrir-se à fé para realizar a missão que lhes é confiada. A paz e a alegria são dons de Cristo ressuscitado, necessários para continuar o itinerário do evangelho.

Jesus, com se viu anteriormente, cumpre a promessa feita no discurso de despedida e voltaria (14,18), que daria a paz (14,27), a alegria (16, 20.22). Envia os discípulos a todos os povos, à extremidade da terra, e não apenas a uns, a missão não tem limites. Para essa missão, Cristo já fizera duas referências: uma na sua oração sacerdotal (Jo 17, 18): Como tu me enviaste, eu também os enviei ao mundo. E em Jo 15,16: Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constitui para que vades e produzais frutos. A missão que o Pai confiou ao Filho, ele a deu aos seus discípulos. Dentro da missão está também a de perdoar os pecados transmitida à Igreja, assim, a dupla missão: revelar o Pai e perdoar os pecados é dada à Igreja para que a salvação seja contínua e para todos.

Jesus soprou sobre eles. O gesto exprime a ideia de vida renovada que já está na criação do homem: então Deus modelou o homem e soprou em suas narinas um sopro de vida e o homem tornou-se um vivente (cf. Gn 2, 7). Só o Espírito de Deus é capaz de arrancar o homem da antiga vida de morte e dar-lhe vida nova com o perdão dos pecados. O Espírito recria a comunidade apostólica e os abre para a missão. Cristo realiza a promessa do Espírito Santo que anima a Igreja, dando-lhe vida nova. O Espírito Santo recorda os ensinamentos de Jesus e conforma a comunidade na fé evangélica.

No gesto de perdoar os pecados está o significado sacramental da contrição reconciliadora. É o exercício da misericórdia de Deus dada à Igreja, acolhendo o pecador arrependido. Enquanto o pecado é a cegueira diante da luz, o perdão é a abertura para a comunhão fraterna. É o retorno para a origem da imagem e semelhança com Deus. A missão de Jesus continua na sua Igreja.

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