top of page

DEUS NÃO DESPREZA SEU POVO

Isaias ( 8,23-9,3) lembra ao povo que o sofrimento temporário foi provocado por ele mesmo. Deus havia dado a terra, como prometera, a seu povo, Israel, mas devido sua infidelidade foi invadida por uma nação estrangeira, a Assíria, que os dizimou e passaram a viver como escravos. Mas o Senhor veio em socorro e tirou-lhes o jugo do que pesava sobre ele. Assim é Deus, recusado, blasfemado, injuriado, ainda age com misericórdia. A história da salvação se repete como aconteceu no deserto, onde o povo liberto da escravidão do Egito ainda abandona o seu Deus, fala mal dele e ainda os substitui por ídolos.

Agora vemos Jesus iniciando a sua missão. Mateus (4,12-23) descreve para sua comunidade o começo da vida pública de Jesus.

“Começa dizendo que Jesus sai da sua terra e vai para Cafarnaum, cidade à beira do lago, região de pagãos, fazendo apelo à conversão, porque o Reino dos céus já está perto. Mateus coloca no centro da mensagem a vinda eminente do Reino e a necessidade urgente de mudança de vida. O sentido teológico de Mateus se prende no pré-anúncio profético dos versículos 15 e 16 que se trata de anúncio de libertação. Em Jesus se cumpre a promessa: a libertação pré-anunciada se torna realidade.

Mateus, começando por Cafarnaum, região de pagãos, diz que Cristo veio para todos, até para os não judeus que rejeitaram o Cristo. Jesus não é apenas o messias de Israel, mas do mundo. Entendidos os destinatários da missão de Jesus, agora são apresentadas as linhas mestras de sua pregação: “Então Jesus começou a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus”. Ele é Aquele que vem de Deus e faz ecoar sua voz nas praças no tempo atual, é real. Ele vem ao encontro da humanidade como uma nova possibilidade de vida. O Reino é seu e não do homem que faz acontecer. Não está no passado; “Chegou para vós o Reino de Deus” (12,28). A vida presente do homem já está comprometida com o Reino que é também o seu futuro. Não podemos ficar indiferentes à novidade do Reino que bate em nosso coração. Trata-se de jogar fora o passado e assumir a nova vida, novo mundo, nova existência.

Temos dois quadros, duas duplas de irmãos chamados por Jesus para fazer parte do seu projeto. Vê homens ocupados com seu instrumento de trabalho, chama-os, eles o atendem, deixam tudo e o seguem. Jesus reuniu, em torno de si, os discípulos. Também os rabinos se faziam cercar de discípulos para ensinar-lhes sobre a Lei, fazendo-os também mestres. Mas em Jesus há algumas diferenças: seus discípulos renunciarão sua profissão, deixando tudo, e somente em alguns casos especiais voltaram a pescar; deviam ter uma relação pessoal com o Mestre e sua missão por toda a vida. Para Simão, Tiago, João e André era uma confiança irrestrita, comprometendo a própria vida com a dele. A informação: “farei de vós pescadores de homens” diz respeito a Jesus e exprime a originalidade da vocação do discipulado. A imagem da pesca refere-se ao juízo final como vemos em 13, 47-50. Ser pescador quer dizer recolher os homens para o julgamento de Deus. Ser pescador é preparar a humanidade para o acontecimento final. Os crentes foram chamados à fé e à Igreja. Jesus merece que se abandone tudo para segui-lo.

Mateus realça uma tríplice direção na conclusão do bloco sobre o Reino de Deus: o ensinar, proclamar a alegria (evangelho) do anúncio do Reino, e curar as enfermidades”

(Extraído do livro CURSO PASTORAL SOBRE BÍBLIA, Evangelho de Mateus, pp. 29-31).

Como conclusão da homilia, São Paulo (1Cor 1-10.17) exorta à unidade da Igreja. Na comunidade existia alguns que se diziam líderes e estavam formando grupos, provocando a divisão da Igreja, que poderia levá-la à incredibilidade diante dos convertidos. Ele insiste para que se viva a plenitude do Evangelho, recusando as rixas, porque Cristo é um só. O linguajar fácil de alguns não pode esvaziar o Evangelho, é preciso descobrir o que Cristo nos deixou para que a “Cruz não torne inútil”.

Gostaria de terminar lembrando a exortação do Santo Papa, nesta semana, sobre a necessidade de se criar, nas paróquias e famílias, o ambiente de intimidade com a Bíblia. Ele lembra que muitos ouvem a Palavra de Deus só nas missas dominicais, e mesmo assim, nada entendem. Ele exorta o estudo bíblico nas comunidades e designa o terceiro domingo do TC para dar destaque à Palavra de Deus, além do mês da Bíblia, Setembro.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Últimas Postagens
Arquivos
bottom of page