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2º DOMINGO DA PÁSCOA Domingo da Divina Misericórdia

Lucas nos relata o início da Igreja sob a doutrinação dos Apóstolos (At 2, 47-47). A comunidade não se dispersou, pelo contrário, permaneceu fiel à Igreja no testamento de Cristo. Vemos a resposta concreta junto aos discípulos, acentuando os pontos principais do mandato de Cristo: doutrina, comunhão fraterna e Eucaristia, irmanados pela oração. Lucas lembra, também, a ação do Espírito Santo que impregna a comunidade pelo louvor e laços de misericórdia, na assistência aos necessitados. Por isso, são salvos como indivíduos e também como comunidade: o Senhor ajuntava cada dia à comunidade os que encontravam a salvação. A importância do testemunho da união e da fé, que é mais forte do que as palavras, contribuíram para a eficácia da evangelização. É a força transformadora que brota da morte e ressurreição de Jesus no testemunho dos Apóstolos, porque Jesus ressuscitou que a comunidade pode viver de forma nova esse mundo. A Igreja começa a descobrir sua identidade, sua vida missionária.

Na segunda leitura (1Pd 1, 3-9), Pedro faz uma catequese aos recém batizados, os que nasceram pelo Batismo, exortando-os à perseverança. A ressurreição de Cristo possibilitou aos homens nasceram de novo, tornando-os herdeiros da promessa de Deus, reservada no céu a ser revelada no final dos tempos. É uma esperança viva e uma herança incorruptível. Pela misericórdia de Deus fomos remidos sem nenhuma participação nossa, capaz de perdoar todos os pecados. O grande presente do Pai é o de nos fazer dignos da ressurreição do Filho, por meio da fé. Deus nos recria, dando-nos vida nova. Pedro nos recorda, por uma oração, que Deus Pai, que sempre existiu, nos devolve vida por sua misericórdia, e nos predestinou a sermos filhos pela ação do Espírito Santo. Isso é uma herança incorruptível, porque a herança divina é pura e sem mancha de pecado. Termina lembrando aos neófitos que, mesmo sem ter visto o Senhor, foram atraídos pelos méritos da salvação, pois a fé é o maior dos bens.

No evangelho (Jo 20, 19-31), João nos relata dois momentos de suma importância para a fé da Igreja primitiva: o poder de perdoar pecados e fé vacilante (Tomé) dos apóstolos. No primeiro quadro, depois da imposição das mãos e efusão do Espírito Santo, lhes é dado poder de perdoar pecados. Primeiro estavam fechados, não entenderam a missão do anúncio, só depois da efusão do Espírito é que assumem o mandato, agora com um legado maior: perdoar pecados. Jesus envia os discípulos a todos os povos, à extremidade da terra. A missão não tem limites. A missão que o Pai deu ao Filho, agora é compartilhada com os Apóstolos. É um compartilhamento exclusivo: perdoar pecados. O Pai enviou o Filho para salvar o mundo, não para condená-lo. Assim é a missão dos Apóstolos, na obediência. No segundo momento, João mostra a fragilidade da fé e a confissão de Tomé. A profissão de Tomé: meu Senhor e meu Deus, é um gesto litúrgico que professa a fé no Ressuscitado. O ver de Tomé é capaz de penetrar em profundidade, despojando-se do ver com os olhos para o ver com a fé. Abre-se o tempo da Igreja pós ressurreição, tempo de testemunho que transforma a morte em vida. Para os Apóstolos, foi momento de visão, contato, para nós, de acolhimento e testemunho.

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