Ano A – 29º DOMINGO DO TC - O REINO DE DEUS
Deus exige exclusividade de culto. Ele reina sobre todo o universo e os reinos terrenos são passageiros. A ele todas as nações devem prestar o culto de dulia, isto é, de adoração; aos deuses humanos não se adoram, os que que assim procederem estão praticando a idolatria, pois são ídolos, obras humanas.
Na primeira leitura deste domingo (Is 45, 1.4-6), o profeta lembra aos israelitas que Javé escolhe rei pagão para lhe prestar culto, servindo-o. Ciro, rei da Babilônia, nação pagã, é escolhido por Deus para libertar seu povo e reconduzi-lo à terra da promessa, reconstruir o templo de Jerusalém e adorá-lo como Deus único e verdadeiro; porque ele é “Javé e não há outro, fora de mim não há outro Deus”. O que importa é o Senhor ser reconhecido como único e verdadeiro. O povo escolhido e o centro da história da salvação, mas não o único. A partir deste oráculo, Deus escolhe e dirige outras personagens que não faziam parte da sua história. Não são os personagens nem o povo, mas Deus que é soberano. Acima da história humana está a História de um Deus que age para que exista a unidade de culto, do perdão, da reconciliação, do respeito e a liberdade religiosa. Não existe o Deus do ódio, mas o Senhor da unidade, do amor.
No Evangelho (Mt 22, 15-21), na parte que trata da vinda do Reino de Deus, Jesus, depois de narrar a parábola do banquete nupcial, é provocado por dois grupos que não aceitam a sua pregação, os fariseus e os herodianos que eram um partido político. Havia uma forte rejeição à dominação romana sobre os judeus que impunha pesada carga tributária ao povo. E a pergunta se prende a fato politico e não religioso: deve-se pagar imposto ao império romano ou não? Jesus não entra no mérito político e aconselha o respeito às leis civis. De outro lado, determina que a obediência a Deus está acima de normas políticas. Na verdade, ele lembra o primeiro mandamento: Deus acima de todas as coisas: “Dai a Deus o que é de Deus”. Não podemos misturar as coisas humana com as divinas, o Reino de Deus está muito acima das mazelas humanas. Os poderes políticos passam, mas Deus não passa. Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, amanhã. Seguir Jesus como ele é, e não como os homens querem desfigurá-lo.
Para concluir nossa reflexão sobre a supremacia do Reino de Deus, o apóstolo (1Ts 1,1-5) se dirige à Igreja de Tessalônica, e a nós, com um hino eucarístico, pois ele louva a Deus pela fé e perseverança daquela comunidade, quando inicia com “agradecemos”, expressão própria da Eucaristia. Ele recorda como aquela Igreja leva uma vida cristã genuína e empenhada na fé como eleita por Deus. Paulo faz referência, de um lado, sobre os frutos da evangelização, por outro lado, a acolhida entusiástica dos tessalonicenses, que deve ser modelo para os outros.
Para viver a plenitude do Reino de Deus, precisamos nos despertar e faz a opção necessária para a ele servir: discernir os valores, escolhendo os que não passam e recusando os bens temporais. Precisamos entender que o Reino de Deus é para os fortes, é para os santos. E quem constrói a minha santidade sou eu. Preciso dar a Deus o que é de Deus. E eu sou de Deus.
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