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Ano B – 31º DOMINGO DO TC - OS DEGRAUS DA VIDA ETERNA


As leituras de hoje nos lembram da fidelidade a Deus. Na primeira (Dt 6, 2-6), que faz parte do segundo discurso de Moisés aos filhos de Israel, dando-lhe normas de conduta para quando entrarem na terra prometida. Deus cumpre o que prometeu a Abraão, mas o povo precisa colocar em prática a Aliança, transmitindo aos seus descendentes, de geração em geração, para serem abençoados. Primeiro é preciso “amar a Deus com todo o seu ser e sem reservas, é uma ordem divina”. Mas uma ordem que precisa ser testemunhada em família. Não para serem decoradas, mas vividas. Os filhos devem aprender com o testemunho dos pais. Amar a Deus com o amor dos pais, rezar com a oração dos pais, perdoar com o perdão dos pais, participar da Sagrada Eucaristia com a comunhão dos pais. A família uma escola de vida que não deixa morrer a tradição da Aliança do amor de um Deus que se fez homem e se entregou na cruz para nos remir, na Nova e Eterna Aliança.

A Carta aos Hebreus (7, 23-28) nos recorda a diferença entre a fragilidade do sacerdote levítico e a perfeição do de Cristo. Enquanto aquele é imperfeito, porque é somente humano, portanto não tem o poder de remir os pecadores; o Sumo Sacerdote Cristo é revestido da divindade, é perfeito, portanto, um sacrifício que não precisa ser repetido. Os sacerdotes judeus eram muitos, necessitavam de ser substituídos porque morriam, enquanto Cristo, seu sacerdócio é imutável; “Ele é capaz de salvar totalmente aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus”. “Este é o Sumo Sacerdote que nos convém, santo inocente, imaculado, separado dos pecadores, elevado mais alto do que os céus”. Aqui se explica quando afirmamos que a Santa Missa é o Sacrifício perfeito e que não se repete, mas fazemos sua memória, porque foi realizado em uma só vez e por um Sacerdote perfeito, e por uma única vez remiu toda a humanidade. Cada Missa não é repetição, traz para o presente o mesmo sacrifício da Cruz iniciado na Última Ceia Eucarística, pelo sacerdote ministerial instituído por Cristo naquela celebração, quando disse aos Doze: “Fazei isso em minha memória”. Temos “um Sacerdote eminente”.

No Evangelho, Mc 12, 28b-34, Jesus continua em Jerusalém, proferindo seus últimos ensinamentos. Ensina sobre os dois mandamentos que fundamentam os demais; desenvolve um ensinamento teológico entre ele Messias e Davi, de onde viria o Salvador (12,35-37); faz uma crítica aberta à postura dos escribas que gostam de ser notados e elogiados (12,38). Há um detalhe muito importante levantado por Jesus. Os escribas são os mestres da lei, os que estudaram para interpretar a Lei e transmiti-la ao povo, mas entre o saber e o fazer há uma grande diferença, por isso Jesus, caridosamente, conclui: “Tu não estás longe do Reino de Deus”, ressaltando que responderam com inteligência, isto é, ainda falta praticar. O amor de Deus se exprime e se realiza no amor para com o próximo. A unidade dos dois mandamentos supera os sacrifícios de animais no templo, os holocaustos. A prática da justiça e da fidelidade ao próximo, como culto agradável a Deus, são os pilares da espiritualidade que identificam com a prática da caridade a ser desenvolvida no dia a dia. São os degraus que conduzem ao Reino de Deus disponibilizados por Cristo. Precisamos galgá-los um a um até à Vida Eterna.

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