Ano C – 25º DOMINGO DO TC - O SÁBIO ADMINISTRADOR
Ano C – 25º DOMINGO DO TC
O SÁBIO ADMINISTRADOR
As leituras bíblicas deste domingo são uma advertência contra as injustiças praticadas, principalmente contra os pobres e indefesos. Na primeira leitura o profeta Amós (8, 4-7) condena as negociatas desonestas, quando os comerciantes aproveitam da escassez de alimentos para explorar o povo. Na lua nova e no sábado, por preceito legal (cf. Lv 23, 24; Ex 20, 8ss), interrompiam os negócios, mas depois aproveitavam a dispensa legal para alterar os pesos e medidas: “quando passará a lua nova, para que possam vender o grão, e o sábado, para que possamos vender o trigo, para diminuirmos as medidas, aumentarmos o ciclo e falsificamos as balanças”. O profeta denuncia as injustiça. A desumanidade desses comerciantes é uma afronta à dignidade humana. Desrespeitam o repouso sabático e obrigam os necessitados a profanar o dia consagrado a Javé, endividando cada vez mais os pobres.
São Paulo, escrevendo a Timóteo (1Tm 2, 1-8), exorta-o sobre a espiritualidade na oração como instrução litúrgica. Recomenda as preces públicas no culto cristão. São fragmentos de caráter catequético nas celebrações litúrgicas com preces para todos os homens, inclusive para as autoridades civis, onde destaca-se o caráter religioso. É uma instrução pastoral com preocupação em defesa da fé voltada para o ecumenismo, sem fanatismo. Deixa claro que tudo é feito por meio de Jesus Cristo. O entusiasmo paulino explode na fórmula de fé: “Um só Deus e um só mediador, o homem Jesus Cristo”. A novidade não está na proclamação do único Deus, que está na origem da salvação para todos os homens, mas na proclamação de “um mediador”, o homem Jesus Cristo. O Filho que se encarnou para nos remir, exaltando sua dignidade de Filho de Deus.
O evangelho de Lucas, 16, 1-13, apresenta a parábola do administrador infiel. Essa parábola está colocada depois das três sobre a misericórdia: a ovelha encontrada, a moeda recuperada e o filho que se arrepende. À primeira vista parece que Jesus está aprovando a desonestidade do empregado. Mas não é bem isso. Jesus está dizendo para seus discípulos que devem administrar as riquezas do evangelho, em ralação ao mundo, ou seja, enquanto estão no mundo, para distribui-los entre os pobres. Como os homens do mundo, gerenciando os negócios, agem com esperteza e má fé, são os homens das trevas; na mesma proporção os homens da luz devem agir para garantir sua vida eterna. Devem dar os bens aos pobres, que assim se tornam seus amigos junto de Deus. É uma decisão corajosa e sábia que deve distinguir os discípulos: garantir seu verdadeiro futuro na vida eterna enquanto tem possibilidade, mas com critérios alternativos em ralação aos do sistema mundano, não se rebaixar a eles, mas elevar-se ao desprendimento evangélico.
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